terça-feira, 2 de abril de 2013

II.4.1 Cuidados ao Cliente com Múltiplos Sintomas


$ Breve análise histórica: WHO e a Higiene das Mãos

Desde 1945, que diplomatas de várias nacionalidades se reúnem com a preocupação de resolver questões relacionadas com a saúde da sua década e o propósito de desenvolver uma organização mundial de saúde. A World Health Organization (WHO) foi, finalmente, constituída a 7 de abril de 1948.


Imagem II.4 – 1. Retirado de: http://www.who.int/en/ a 02.03.2013.

 Ao longo dos anos, a WHO tem vindo a desenvolver trabalho pelos cinco continentes. A preocupação principal é levar a toda a população, principalmente aos países mais desfavorecidos, não só cuidados de saúde de qualidade mas também promover alimentação, conforto, carinho e condições de higiene e segurança. Ao navegarmos pela página de website da WHO (http://www.who.int/en/), apercebemo-nos de uma panóplia de projetos que foram fomentados com o objetivo de dar resposta a necessidades reais.

Uma das apostas da WHO é sem dúvida o controlo da infeção associada aos cuidados de saúde. Em 2004, a WHO criou o projeto World Alliance for Patient Safety (disponível em http://www.who.int/topics/patient_safety/en/ ), com o objetivo de promover a segurança do doente e, consequentemente, reduzir os efeitos adversos associados aos cuidados de saúde, estejam eles relacionados com a prática profissional, a administração de terapêutica, a realização de procedimentos invasivos e não invasivos ou mesmo com o próprio sistema de saúde vigente. A pedra basilar deste projeto foi sem dúvida a sensibilização dos profissionais de saúde. Pois, se tivermos consciência real das consequências dos nossos atos, decerto estaremos mais atentos aos riscos e mais preocupados em adquirir conhecimentos que nos permitam prestar cuidados de saúde de qualidade e adequados à situação que temos presente. Este projeto compreende um vasto leque de ações nos domínios da melhoria do desempenho do profissional de saúde e da segurança ambiental e gestão de risco, que inclui o controlo de infeção, o uso seguro de medicamentos e dispositivos/ equipamentos de uso clínico, a realização de
uma prática segura em ambiente limpo e seguro, quer para o cliente, quer para o profissional de saúde.
 
Imagem II.4 – 2. Retirado de: http://www.who.int/topics/patient_safety/en/ a 02.03.2013.

 

No decorrer deste projeto (World Alliance for Patient Safety), surgem diversos documentos e iniciativas. Anualmente, são criadas iniciativas com a denominação Global Patiente Safety Challenge para promover a melhoria contínua da segurança do cliente.         

Em 2005, foi criado o primeiro Global Patiente Safety Challenge, designado de Clean Care is Safer Care. O objetivo major deste projeto era prevenir infeções associadas aos cuidados de saúde, garantindo o reconhecimento da importância do controlo da infeção na segurança do cliente e a aposta na redução das infeções associadas aos cuidados de saúde. É neste âmbito que surge a preocupação com a correta higiene das mãos. Era urgente sensibilizar os profissionais de saúde a melhorar, manter e difundir a prática da higienização das mãos, no momento certo e da maneira certa, com a finalidade de reduzir o risco de propagação de microrganismos em unidades de saúde ou outros locais onde sejam prestados cuidados de saúde (por ex.: casas de acolhimento de idosos, infantários,…). A implementação da estratégia de melhoria da higiene das mãos com o slogan «medidas simples salvam vidas» foi difundida por todo o mundo, inclusive por Portugal, proclamando a mensagem de que a higiene das mãos é a medida com mais impacto na redução da propagação da infeção, na diminuição da resistência aos antimicrobianos e na redução dos custos associados a estas problemáticas.

 
 

O resultado foi positivo: após formação dos profissionais, verificou-se que há cada vez mais cuidado na correta higienização das mãos, da maneira certa e no momento certo. Contudo, também nos apercebemos que esta sensibilização não pode ser interpretada como concluída. É difícil mudar velhos hábitos e introduzir “novas tarefas” em intervenções que antes demoravam 15 minutos e agora passam a demorar 16,5 minutos, tendo em conta que uma adequada lavagem das mãos com água e sabão demora 1 a 1,5 minutos. É importante lembrar, constantemente, que esta pequena diferença de tempo pode mudar o destino de alguém, de um cliente, da sua condição de saúde, das suas necessidades de cuidados de saúde, de um internamento hospitalar e todos os gastos monetários inerentes.

Realçamos o documento produzido pela WHO: WHO Guidelines on patient safety (http://www.who.int/gpsc/5may/tools/9789241597906/en/index.html ) onde está inserido o documento que enumera e descreve as linhas orientadoras da correta higiene das mãos nos cuidados de saúde.

Decorria o «Ano Internacional do Saneamento», 2008, quando Portugal aderiu a este projeto, no dia 8 Outubro de 2008 (http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/noticias/arquivo/2009/12/higiene+maos.htm ). No mesmo ano (2008), a Direção Geral de Saúde emitiu publicamente a Estratégia Nacional para a Melhoria da Higiene das Mãos nas unidades de saúde, assumindo formalmente o compromisso nacional para a adoção de medidas que promovam a redução das infeções (ou risco de) associadas aos cuidados de saúde. Em junho de 2008, a Direção Geral de Saúde lançou a campanha para promover a higiene das mãos, notícia disponível em http://www.min-saude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/noticias/arquivo/2009/12/higiene+maos.htm

 O Plano Nacional de Prevenção e Controlo das Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde está disponível em: http://www.dgs.pt/ms/3/default.aspx?pl=&id=5514&acess=0

O dia 15 de Outubro ficou marcado como o Dia Mundial da Higiene das Mãos, proclamado pela WHO, em 2008. Neste âmbito, foram desenvolvidas atividades de sensibilização e ensino da técnica correta de higiene das mãos em vários países dos cinco continentes. Estas atividades eram (são) direcionadas não só direcionadas para os profissionais de saúde, mas também para a população em geral. Aos profissionais de saúde, foi feito o ensino da higienização das mãos, dando particular atenção à desinfeção das mãos e aos seus benefícios no controlo da propagação da infeção. À comunidade, foi ministrado o ensino da correta lavagem das mãos, bem como dos momentos essenciais em que deve de ser realizada.

 

Imagem II.4 – 4. Retirado de: http://www.who.int/gpsc/events/2008/15_10_08/en/index.html a 02.03.2013

Atualmente, todos os anos em Outubro, são mobilizadas várias iniciativas nas unidades de saúde a nível mundial com o intuito de continuar a promover a técnica de higiene correta das mãos e a sensibilizar os profissionais para os ganhos em saúde que esta simples medida pode ter.

A prática da higiene (e desinfeção) das mãos, bem como o cuidado aos cinco momentos em que deve ser feita, é comum do nosso dia-a-dia em qualquer âmbito. Atualmente, a maior preocupação é manter estes bons hábitos e transmiti-los, de forma efetiva, às famílias que vêm ao hospital visitar as pessoas internadas. Este último objetivo nem sempre é fácil, mas é um desafio consciencializar a comunidade a cuidar melhor de si. Pelo que, continuaremos a sensibilizar para a importância da correta higiene das mãos.

 

NOTA: todas as referências eletrónicas utilizadas nesta dissertação estão disponíveis ao longo do texto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário