II.1 Enquadramento Concetual
Análise…
Tal como explanado do trabalho que realizámos (Joana Coelho e
Rute Matos Pereira) aquando da Unidade Curricular de Filosofia, Bioética e
Direito…
«A enfermagem é uma
profissão que se dedica a cuidar de pessoas, pelo que na sua essência está o
respeito pela dignidade humana. Assim sendo, o enfermeiro tem um papel crucial
em todo este processo, pois tem um contacto mais prolongado com os clientes e
as suas famílias, e como tal, um conhecimento mais aprofundado das suas
dificuldades, sentimentos crenças e valores. Ao centrar a sua atuação
profissional na relação interpessoal, o enfermeiro valoriza e respeita os
valores, as crenças e desejos individuais da família, agindo na defesa da
autonomia e no respeito pelas opções das pessoas ao seu cuidado.
Nesta perspetiva, o
enfermeiro deverá basear a sua intervenção na defesa dos interesses do
cliente/família, na preocupação pela defesa da liberdade e da dignidade e o
respeito pela pessoa humana, visando a excelência do exercício profissional
(artigo 78º e 79 do Código Deontológico dos Enfermeiros (CDE)). Exige-se cada
vez mais que o enfermeiro, para além de respeitar e atuar de acordo com o seu
código deontológico, desenvolva também o espírito de reflexão ética que lhe
permita agir sempre no respeito pela humanidade do outro.
Segundo
o que é definido pelos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem,
emanados pela Ordem dos Enfermeiros (OE) em 2001, a relação terapêutica
promovida no âmbito do exercício profissional, caracteriza-se pela parceria
estabelecida com o cliente, no respeito pelas suas capacidades e na valorização
do seu papel. O enfermeiro deve assumir que atua em parceria com o cliente e
que o ajuda na consecução do seu projeto de saúde. Os cuidados de enfermagem
tomam por foco de atenção, a promoção dos projetos de saúde que cada pessoa
vive e persegue.
Em 2011, a OE publicou o regulamento das competências comuns do
enfermeiro especialista no artigo 5º na alínea a) “desenvolve uma prática
profissional e ética no seu campo de intervenção”, e na alínea b) “promove
práticas de cuidados que respeitem os direitos humanos e as responsabilidades
profissionais”.
O Enfermeiro Especialista tem que ser um profissional reflexivo, capaz de
mobilizar a informação científica, técnica, baseada na prática, de forma a
consolidar os conhecimentos e desenvolver as competências definidas para o
enfermeiro especialista, proposto pela OE (2007, p.17) “um profissional com um conhecimento
aprofundado num domínio específico de Enfermagem, tendo em conta as respostas
humanas aos processos de vida e aos problemas de saúde, que demonstra níveis
elevados de julgamento clínico e tomada de decisão, traduzidos num conjunto de
competências clínicas especializadas relativas a um campo de intervenção”».
Como forma de nortear o Projeto de Intervenção em
Serviço, realizado no âmbito dos Estágios I e II, escolhemos a Teoria da
Incerteza na Doença, proposta por Merle Mishel, em 1980.
A Uncertainty of Illness (Teoria da Incerteza na Doença) foi
consultada na fonte eletrónica: https://sites.google.com/a/northgeorgia.edu/merle-mishel-middle-range-nursing-theorist/home/uncertainty-of-illness
e nos Livros:
BOLANDER, V. B. - Enfermagem Fundamental. Lisboa:
Lusodidacta, 1998.
GEORGE, J. B., & AL, E. - Teorias de Enfermagem - Os
Fundamentos à Prática Profissional. 4ª edição: Artemd Editora,
2000.
PARKER, M. E.,
& AL, E. - Nursing Theories and Nursing Practice. Philadelphia: F.A. Davis Company, 2001.
TOMEY, A. M., & ALLIGOOD, M. R. - Teóricas
de Enfermage e a sua Obra - Modelos e Teorias de Enfemagem. 5ª
ediçãotraduzida em 2004 para a Lingua Portuguesa Lisboa: Lusociência, 2004.
Para complementar este estudo foi
consultado o vídeo promocional da Teoria da Incerteza na Doença, em que Merle
Mishel fala na primeira pessoa e explica as bases da teoria, como se desenvolve
e a sua aplicabilidade. O vídeo está disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=E31I9TgikKM
A teoria
de Mishel descreve não só um fenómeno experimentado por indivíduos com doenças
agudas e crónicas e pelas suas famílias, mas também a forma como a incerteza
pode ativar a diferentes tipos de coping de lidar com a situação. Mishel
enumera intervenções de enfermagem próprias baseadas numa apreciação minuciosa
da incerteza no doente ou membro da família.
Tendo em
conta as Competências Comuns do Enfermeiro Especialista e as Competências
Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem em Pessoa em Situação
Crítica, consideramos que a Teoria da Incerteza na Doença, proposta por Merle
Mishel, confere ao Mestrando e futuro Enfermeiro com a Especialidade de
Médico-Cirúrgica, os aportes adequados na sua área de atuação, pois contem os
conceitos e os enunciados descritivos direcionados à Pessoa em Situação Crítica
e, por isso, compreende os princípios de Enfermagem Médico-Cirúrgica.
Mais Bibliografia consultada para a elaboração deste documento:
CARPER, Barbara - Fundamental patterns of Knowing
Nursing. Advances in
Nursing Science. 1978.
CHINN, Peggy e KRAMER,
Maeona - Theory and Nursing: A Systematic Approach. St
Louis: Mosby, 1998
FAWCETT, Jacqueline - Contemporary
Nursing Knowlege: conceptual models of nursing theories. Philadelfia : F.A. Davis, 2000.
LEI nº 111/2009 - Estatutos da Ordem dos Enfermeiros. 16 de
Setembro 2009.
Available from world wide web:
<http://www.ordemenfermeiros.pt/legislacao/Documents/LegislacaoOE/CodigoDeontologico.pdf>.
ORDEM DOS ENFERMEIROS,
ed. - Padrões de Qualidade dos Cuidados
de Enfermagem. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros, Dezembro 2001.
Available from world wide
web:
<http://www.ordemenfermeiros.pt/publicacoes/Documents/PadroesqualidadeCuidadosEnfermagem.pdf
>.
RGULAMENTO N.º 122/2011 –
Regulamento das Competências Comuns do
Enfermeiro Especialista, D. R. 2ª série, N.º 35 (de 18 de fevereiro de 2011)
8648-8653.
REGULAMENTO N.º124/2011 –
Regulamento das Competências Específicas
do Enfermeiro Especialista em Enfermagem em Pessoa em Situação Crítica, D.
R. 2ª série, N.º 35 (de 18 de fevereiro de 2011) 8656-8657.
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